unpleasant thing to see when you still have 5 more rappels left!
core shot while descending from "Voie Des Benetièrs", El Mocho - El Chalten
Há pelo menos seis anos tenho passado meus verões do hemisfério Sul na Patagônia. E, honestamente, nunca vi tempo tão bom e tanto calor como nestas últimas duas semanas. El Chaltén está "pegando fogo", cumes no cordão do Fitz e do Torre são escalados todos os dias e eu, evito a todo custo olhar a previsão do tempo para não "morrer de raiva"! Pois meu tempo de escalar em Chaltén terminou dia 01 de Janeiro, quando tive que voltar para trabalhar na Patagônia Chilena.
Mas, mesmo não tendo boas condições para escalada em rocha e o melhor clima em Dezembro, eu aproveitei muito e tive experiências memoráveis. A primeira delas foi a escalada no Cerro Pollone.
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Olhando para a Supercanaleta, Glaciar Fitz Roy
Foi voltando da escalada no Cerro Pollone que o canadense Maz Fisher, meu colega de trabalho, bateu esta foto.
Eu vinha caminhando pelo glaciar em um estado quase de transe, deixando-me absorver totalmente pela grandiosidade do lugar e do momento. Quando começamos a descer a via, Max falou que íamos parar somente na base da "Afanassief". Então, eu vinha caminhando no modo "automático". Parei na metade do glaciar para conversar glaciar para conversar com dois escaladores que estavam sentados, comendo, debaixo de uma pequena nevada que caía. Achei curioso ver aqueles dois rapazes muito tranquilos ali, contemplando a paisagem. Senti uma profunda paz em somente observar aquela cena e alguma ansiedade que ainda existia dentro me mim, se dissipou. Eles perguntaram de onde nós vínhamos e como era o caminho para descer para o Glaciar Torre pelo "Paso Del Hombre Sentado". Um deles era o Merlin Didier (com quem escalaria algumas semanas depois) e o outro, era o Stéphane Hanssens, ambos da Bélgica.
Apesar de não gostar muito de escalar em neve em terreno inclinado e em gelo, a escalada do Cerro Pollone foi simplesmente fenomenal. Obviamente, esta realização somente veio dias após a escalada. Quando escalo este tipo de via me sinto muito desafiada física, mental e emocionalmente. Tenho que fazer um esforço para me manter em equilíbrio e auto-controle para não deixar que minha insegurança, desconforto e minha pobre competência neste tipo de terreno roube minha energia. Pois sei que, mesmo não gostando, eu amo escalar montanhas e sei que tenho que poupar energia para descer ou lidar com qualquer outro tipo de situação emergencial.
A aproximação para o Cerro Pollone é uma caminhada longa e linda. Desde Rio Elétrico para Piedra del Fraile, depois para Piedras Negras, depois para Paso Del Cuadrado e, depois mais 5 kilômetros noroeste no Glaciar Fitz Roy para a base da via no Cerro Pollone. Não sei quantos kilomêtros são ao total, talvez entre 17 a 20km. Dormimos em Piedras Negras e no dia seguinte caminhamos, escalamos e voltamos. Uma outra boa opção seria dormir na base da "Afanassief" e caminhar somente os 5 km no glaciar.
A via "Cara Sur", 400m, 4, 65˚ começa em uma rampa de neve/gelo e cruza um bergschrund, que estava bastante coberto, pois, toda a montanha tinha muita neve! Depois segue por um couloir de gelo de 65˚-70˚. Tive bastante medo de cair e derrubar o Max, já que ele estava guiando este trecho. Pedi para ele fazer esticões, ao invés de continuarmos em simultâneo. A qualidade do gelo me lembrava uma escalada que tinha feito meses antes em Idaho, no Borah Peak, com um amigo, Frank Preston. Quando fincava meus piolets no gelo, um pedaço grande de gelo rompia e caía em cima de mim, aumentando minha insegurança. Claro que as experiências que tenho tido em gelo e neve nos últimos 4 anos aumentaram significativamente o meu nível de conforto, especialmente em Borah Peak (Idaho), North Ridge of Mount Baker (North Cascades, WA), Fremont Peak e, Gannett Peak (Wind Rivers Range, WY), Face Sul do Cerro Meliquina (Patagonia, Chile). Lembrava que já sabia o que fazer e tentava ficar mais tranquila e mais concentrada.
Nos trechos mais inclinados o gelo era exposto e nas outras partes a neve era tanta (no nível da coxa) que dificultava e tornava lenta nossa progressão. Eu sugeri, então guiar as partes mais cansativas e o Max, as partes mais técnicas.
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